Como os brasileiros homenageiam seus finados

Nos próximos dias, os cemitérios de todo o Brasil vão se colorir de flores em celebração ao Dia de Finados (02/11). A tradição de homenagear os mortos é universal, mas no Brasil, apesar de sempre ter sido celebrada, foi somente a partir de 2002 que a data foi instituída como feriado nacional, após lei sancionada pelo então presidente Fernando Henrique Cardoso.

O cunho religioso que envolve as homenagens é a principal base para as celebrações. Para os brasileiros, além de visitar os cemitérios para decorar os túmulos com flores, é comum acender velas e fazer orações pelas almas daqueles que já se foram. A prática é menos comum entre os jovens, mas segue sendo uma tradição respeitada e cultuada, ano a ano, pelas pessoas mais velhas.

Na região Nordeste do Brasil, falar de morte e homenagear aqueles que partiram não é um grande tabu. De acordo com Sérgio Magalhães, gestor do cemitério Memorial da Paz, localizado em Maracanaú, no Ceará, muitas pessoas já começam a preparar os túmulos antes da data oficial de Finados. “É comum ver um fluxo maior de pessoas no fim de semana anterior. Aqui, é mais comum decorar os túmulos com flores artificiais, que são mais resistentes ao sol e calor, o que permite aos visitantes deixarem tudo limpo, organizado e adornado com antecedência. Temos um horizonte florido e colorido o ano todo”, explica Magalhães. Ele afirma, ainda, que muitos utilizam também castiçais e velas de sete dias para prolongar por mais tempo a homenagem e lembrança daquela pessoa.

Outra cena comum nos cemitérios em Finados é ver grupos de familiares e amigos nos túmulos realizando orações e decorando juntos a última morada de seus entes falecidos. Há grupos, inclusive, que produzem camisas com o rosto do homenageado para marcar seu carinho e admiração.

Missas e Cultos

Outra tradição nos cemitérios brasileiros é a celebração de missas e cultos religiosos, que são realizados em parceria com paróquias locais. Uma forma de auxiliar os visitantes no seu momento de luto. O Grupo Zelo terá um total de 29 cerimônias religiosas sendo realizadas em seus 12 cemitérios espalhados pelo Brasil. Ao todo a empresa espera receber um público estimado em 60 mil pessoas circulando pelas necrópoles na data.

Finados pelo mundo

Um dos países onde a celebração da data é mais marcante é o México. Por lá, o Dia de Los Muertos também é celebrado no dia 02 de novembro e a cultura e crença da população é de que nessa data as almas podem visitar seus parentes. São montados altares nas casas, para homenagear os falecidos com fotos e suas comidas e bebidas favoritas. Flores, música, pinturas faciais e até desfiles alegóricos com a temática de caveiras também marcam a grande festa realizada na data.

Já na cultura ocidental, que seguem religião budista, também há diferenças nos rituais para os finados. No Japão, as celebrações acontecem no mês de agosto, quando também acreditam que os ancestrais voltam à Terra. Por isso as famílias voltam às suas terras natais no período para uma série de celebrações. Entre elas estão as oferendas de comida, além de soltarem fogos de artifício, acenderem lanternas e fazerem decorações com incensos e flores.

Sabemos que os feriados de Finados para muitas pessoas é um período de recordação, que traz lembranças das pessoas que foram importantes em nossa convivência. Pai, mãe, irmãos, cunhados, amigos e outros que já partiram deixam em nós um vazio profundo.

No sul de Minas Gerais cemitério está em estado de Calamidade Pública

Um fato que gostaríamos de comentar são as condições do Cemitério do Distrito Turístico de Monte Verde que pertence à cidade de Camanducaia, localizada no sul de Minas Gerais.

Desde que assumiu a prefeitura, a atual administração deixou o cemitério local num estado crítico de conservação. Os muros que cercam o local estão totalmente arrebentados, as calçadas não existem mais, os túmulos não têm proteção, sendo visitados constantemente por ratos, gatos, cachorros e outros animais, além das ruas internas do cemitério estarem totalmente esburacadas e sem nenhum cuidado por parte da administração municipal.

O que nos cabe aqui é deixar um registro importante de que a cidade turística mais visitada do sul de Minas Gerais conseguiu faltar com o respeito aos mortos e consequentemente com os parentes e amigos desses que se foram. Quem estiver por lá nesse feriado vai poder conferir a verdade nua e crua e a falta de respeito dos gestores com o contribuinte local. Nunca vimos tal descaso público, principalmente a quem deu sua parcela de trabalho para construir esse importante destino turístico.  Há um ano e meio, um grupo de moradores e empresários, fez uma proposta ao então vice-prefeito para realizar uma obra emergencial nesse cemitério. Cada empresário e morador, doaria cimento, cal, tijolos e ferros para levantar o muro e fazer uma obra que pudesse dar mais dignidade ao local e ao mesmo tempo, oferecer à cidade condições mínimas de preservação do local, proposta essa que não foi aceita pela atual administração pública. Passado 18 meses a situação só piorou e o descaso parece ser total.

O que nos resta é torcer para que as obras sejam realizadas imediatamente. A população de Monte Verde merece o mínimo de respeito. Já que a prefeitura de Camanducaia não tem competência, convide o grupo Zelo para participar de um processo de licitação para privatizar esse espaço.

Texto por: Cláudio Lacerda Oliva, com agências

Foto destaque por: Grupo Zelo